abril 15, 2013 | Nenhum Comentário |
O Brasil chama a atenção do mundo na gestão de resíduos e coleta seletiva com participação dos catadores. A referência do país trouxe à capital mineira, no último dia 09 de abril, a delegação da África do Sul, num convite feito pelo Fórum Municipal Lixo e Cidadania de Belo Horizonte (FMLC-BH). O governo sul africano esteve representado pelas diretoras do Departamento Nacional de Assuntos Ambientais (DNAA) Mamosa Afrika (Diretora de Resíduos Geral), Pamela Nyuswa (Diretora Assistente para Minimização de Resíduos) e Nolwzai Connbinah (Diretora Geral). Além de BH, a delegação conheceu as experiências da cidade de São Paulo.
O FLMC-BH foi representado por Neli Medeiros (coordenadora da Rede Sol e da Cooperativa Solidária dos Recicladores e Grupos Produtivos do Barreiro e Região (Coopersoli Barreiro), Gilberto Warley (Membro da Rede Cataunidos e do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Reciclávies – MNCR), Marislene Nogueira (Coordenadora Técnica do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável) e Aurora Pederzolli (Diretora de Programas Especiais da Superintendência de Limpeza Urbana-SLU). Todos compõem a secretaria executiva do Fórum.
“Levamos para a África do Sul o conceito de que é possível fazer gestão de resíduos para grande parte da população com a atuação direta dos catadores”. Esta é a constatação de Nolwazi Connbinah ( foto) em entrevista exclusiva ao jornalista e assessor de comunicação do Insea. Para ela, o seu país deve compreender e absorver a experiência brasileira no trato dos resíduos. Segundo Cobbinah, o Brasil é uma referência mundial no destino do lixo envolvendo governo, entidades não governamentais, associações e cooperativas.
O QUE LEVAMOS DO BRASIL
Na África do Sul, a gestão dos resíduos coloca na agenda política inúmeros desafios. Vivenciando a situação de descartes de recicláveis que acabam indo para os aterros, a diretora Cobbinah cita que, em seu país, é preciso: 1) diminuição dos resíduos que vão para estes espaços, 2) impulsionar pequenos e médios empreendimentos de catadores 3) criar empregos através da coleta seletiva. Para a solução desses problemas foi que a delegação veio conhecer de perto a experiência brasileira. “O Brasil é a escolha mais óbvia para fazermos a inclusão dos catadores em nosso país. As informações que temos daqui é o que precisamos para a inclusão e os serviços de gestão de resíduos”, pontua.
Eficiência no destino, triagem e reutilização dos descartes. A diretora Cobbinah considera que o processo e a experiência dos catadores brasileiros são bem interessantes. “Nesses dias, aprendemos com as associações e cooperativas sobre as diversas formas de recuperação dos recicláveis”, comenta. Ela reflete o contexto sul africano. “Este é um desafio vivido em nosso país, ou seja, o de retirar os catadores dos aterros e oferece-los melhores condições de trabalho”, explica. “Queremos que eles tenham galpões e se organizem como aqui”, declara a diretora.
Questionada sobre a ação governamental, Cobbnah é explícita em dizer que tem sido lenta a atuação na África do Sul. “Queremos retirar os catadores dos aterros e mudar esta situação,” afirma. Para isto, a diretoria sinaliza “vamos barrar os recicláveis direcionados a estas áreas e vamos estimular a organização dos catadores.” A atuação integrada é vista como uma referência de sucesso do Brasil. O trabalho envolvendo associações, cooperativas, prefeituras, políticos, governos estaduais e federal é ponto de elogio por Cobbinah como força impulsionadora dos projetos. E declara “é um caminho que vamos perseguir.”
Matéria produzida por Antônio Coquito, jornalista e assessor de comunicação do Insea
Foto Crédito: Antônio Coquito
A dedicação e empenho dessas instituições, tornaram possíveis a produção e continuidade dos projetos desenvolvidos pelo INSEA.