ORIS promove workshop sobre Resíduo Urbano

Cerca de 200 pessoas participaram do “workshop Lixo Urbano: Problema ou Solução?” promovido pelo Observatório da Reciclagem Inclusiva e Solidária (ORIS) na última terça-feira, 05/07/2016. O evento, que aconteceu no auditório do Centro Mineiro de Referência em Resíduos, contou com representantes de 33 diferentes municípios mineiros e 11 estados brasileiros. O coletivo de artistas Mundicá cuidou das intervenções artísticas, enriquecendo ainda mais o encontro.

Com o objetivo de fortalecer as políticas públicas de tratamento de resíduos que são executadas com a participação ativa dos catadores de materiais recicláveis, experiências exitosas foram apresentadas como modelo para outros municípios que ainda buscam alternativas para o gerenciamento dos resíduos.

O Professor de Sistemas para a eficiência no uso de recursos na Faculdade de Engenharia Civil da Universidade de Leeds/ Inglaterra, Costas Vellis, falou sobre a economia circular, a reciclagem e seus possíveis limites, novas tecnologias no mercado de tratamento e destinação de resíduos além de novos projetos. “Temos que entender o presente, pensar o futuro que desejamos e construir um melhor serviço para a sociedade com base na realidade em que vivemos”, disse Vallis. “Quem sabe vamos produzir aqui algo bastante útil”, completou.

O encontrou contou com a participação dos membros da coordenação nacional do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, que estavam reunidos em Belo Horizonte até o dia 7 de julho. O representante da coordenação Alex Cardoso falou sobre os desafios, os avanços e benefícios da reciclagem inclusiva realizada em toda a América Latina. Alex citou o amadurecimento do MNCR e como conseguiram caminhar até onde estão baseados na economia solidária e no cooperativismo. “Estamos plantando! Sabemos que o retorno não é imediato. Talvez nem vamos ver o resultado de tudo isso que estamos buscando, mas temos certeza de que estamos trabalhando para deixar um mundo mais digno para as próximas gerações. Já gritamos que somos catadores de materiais recicláveis, e não catadores de lixo. Hoje estamos discutindo tecnologia social, como será o nosso trabalho, a atuação em rede, como ‘amarrar’ com as universidades, como assessorar os técnicos dos municípios. Existe o avanço e buscamos ainda mais!”, disse Alex Cardoso aos participantes do workshop.

Dentre as experiências exitosas apresentadas, o membro da Associação de Moradores do Bairro Floresta, Fabiano Álvares da Silva, falou sobre o projeto piloto de coleta seletiva solidária que está acontecendo no bairro desde o final do ano passado. Atualmente os catadores da cooperativa COOPESOL – Leste têm um contrato de prestação de serviço com a Prefeitura de Belo Horizonte pela realização da coleta seletiva e triagem do material coletado. Segundo Fabiano, moradores de vários bairros da capital mineira estão reivindicando a aplicação do mesmo projeto de coleta seletiva solidária em seus bairros.

A outra iniciativa bem sucedida que foi apresentada no encontro é o Projeto Novo Ciclo, uma parceria entre a Danone, MNCR e o Insea. O representante da Danone, José Borges, apresentou informações sobre a experiência que é uma realidade no Sul do estado de Minas Gerais, envolvendo 23 municípios da região, atendendo mais de 1,2 milhões de pessoas com coleta seletiva.

No turno da tarde, ainda no Centro Mineiro de Referência em Resíduos, aconteceram as oficinas de: “Quais benefícios têm os prefeitos e as cidades por fazer a melhor gestão de resíduos, ICMS ecológico e outros benefícios legais. Soluções para passivos de aterros e energia sustentável”; “Acordo Setorial de Embalagens (Logística Reversa: oportunidades aos municípios)”; e “Desenvolvimento da cadeia da reciclagem a partir de um modelo de economia circular: Reciclagem de óleo e gordura residual (OGR) e vidros”.