Semana Mineira da Reciclagem Inclusiva (2 of 46)
junho 7, 2017 Nenhum Comentário

Encontro na UFMG marca abertura da Semana Mineira da Reciclagem Inclusiva

Posted by:Márcio Martins

Alunos da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais receberam nesta segunda-feira, 05/06/2017, uma aula Magna da especialista em Economia Social Solidária, a francesa MMe. Christiane Bouchart, com o tema: “Inovação e Empreendedorismo social numa economia em transição: o modelo francês”. O encontrou marcou a abertura da Semana Mineira da Reciclagem Inclusiva, promovida pelo Observatório da Reciclagem Inclusiva e Solidária (ORIS).

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Na ocasião, Bouchart apresentou para os alunos os princípios básicos da Economia Social Solidária (ESS) e oito propostas para que o seu avanço aconteça, se tornando uma realidade na sociedade em que está inserida.

  • Relançar a economia a partir de projetos sustentáveis e das necessidades dos territórios;
  • Desenvolver os polos territoriais de cooperação econômica;
  • Desenvolver fundos territorializados de inovação social mesclando financiamentos públicos e privados;
  • Incluir de forma duradoura a ESS nas políticas de desenvolvimento econômico e alocar uma parte dos recursos orçamentários conforme o peso socioeconômico da ESS no território;
  • Definir e instalar um diálogo social territorial a respeito dos empregadores da economia social, particularmente associativos, nas políticas de empregos para setores promissores (social e de saúde, serviços de proximidade);
  • Desenvolver licitações públicas locais responsáveis e solidárias;
  • Capitalizar, consolidar e expandir as políticas territoriais e os dispositivos locais de apoio à ESS para melhor integrá-los, de maneira transversal, como vetor indispensável do desenvolvimento local;
  • Não deixar nenhum território sem os serviços públicos de proximidade e experimentar a concessão de novos serviços locais de interesse geral por meio do investimento das coletividades locais nos SCIC.

A especialista contou como a ESS trouxe frutos importantes para cidades francesas. Atualmente cerca de 12% dos empregos na França são oriundos da ESS e estes cargos, segundo Bouchart, resistem melhor às possíveis crises do que os empregos convencionais.

Ainda segundo Bouchart, no início, a maioria dos projetos, são financiados pelo governo, mas rapidamente se tornam autossustentáveis. “É importante destacar laços sócias criados por essas iniciativas dentro da comunidade onde elas estão”, destacou a francesa, que citou alguns exemplos de projetos: a transformação do óleo de cozinha em biocombustível e a utilização deste em ônibus escolares; a reutilização de roupas que já não são usadas no processo de calefação; carros públicos que são usados por diferentes cidadãos; creches financiadas pelos próprios pais; dentre outros.

O professor da Escola de Engenharia e membro do ORIS, Francisco Lima, lembrou que, a exemplo da França, alguns projetos baseados na ESS já acontecem no Brasil, por exemplo a transformação de óleo de cozinha em biocombustível; a compra de alimentos para merenda escolar na mão de cooperativas de agricultura familiar, porém ainda em pequena escala.

Bouchart concluiu lembrando da importância de enxergar a ESS como uma alternativa real para o avanço social e econômico local. Para isso salientou a relevância do bom relacionamento entre o governo, a iniciativa privada e a sociedade.

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