maio 24, 2013 | Nenhum Comentário |
“Nós, catadoras, precisamos assumir que cada uma de nós é o movimento nacional dos catadores”. Madalena Duarte (Coordenadora da Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Itaúna- Coopert e Membro do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis – MNCR)
“É muito importante promover ações que visem o empoderamento das mulheres e sua visibilidade pública”. Marlise Matos ( Professora do Núcleo de Estudos sobre a Mulher da Universidade Federal de Minas Gerais -NEPEM/UFMG)
AS ATIVIDADES
Numa parceria do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (Insea), Associação Nacional de Carroceiros e Catadores de Materiais Recicláveis (Ancat), Organização Não Governamental Wiego – Mulheres no Emprego Informal: Globalizando e Organizando e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – através do Núcleo de Estudos sobre a Mulher (NEPEM) foi realizada, no último dia 13 de maio, a primeira Oficina do Projeto de Formação em Gênero.
A atividade inicial, que reuniu mulheres catadoras da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), objetiva identificar os desafios vividos por elas nos contextos do lar, do trabalho e em sua atuação como lideranças nas redes e movimentos. Além da capital, as oficinas acontecerão nas cidades polos de Conselheiro Lafaiete (Estrada Real), Itaúna (Leste) e João Monlevade (Vale do Rio Doce).
MULHERES E HOMENS PELA INCLUSÃO SOCIAL
Sonia Dias, pesquisadora da WIEGO e professora visitante da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e uma das coordenadoras do Projeto, explica que discutir gênero “significa contribuir com a emancipação de todos e não excluir ninguém”, afirma a professora sobre o ponto central do módulo.
A primeira oficina foi realizada com catadoras de cooperativas da RMBH e discutiu temas como autonomia e participação protagonista das catadoras. Sonia explica que temas como masculinidade e feminilidade e os obstáculos para a ação ativa e efetiva das mulheres foi debatido com a presença ativa das participantes. A professora comenta que “a qualidade das discussões, o comprometimento e a paixão na luta por uma sociedade mais justa deu a tônica da oficina.”
EMPODERAMENTO E PARTICIPAÇÃO
A intenção dos encontros é contribuir com o empoderamento econômico e político das mulheres. Neste sentido, as Oficinas, através das atividades de capacitação e qualificação, vão mapear necessidades práticas e estratégicas das catadoras. Para isto, Sônia esclarece que as ações estão dividas em 04 (quatro) etapas. “A primeira fase, que aconteceu no ano de 2012, foi de aprendizagem e construção participativa do projeto com as catadoras. A segunda fase, que está acontecendo agora, compreende a realização de oficinas nas diversas regiões do estado, tendo a oficina da RMBH sido a primeira a acontecer. A terceira fase, compreende a elaboração de um kit com ferramentas e estratégias para trabalhar a questão de gênero tendo como público alvo cooperativas, Organizações não Governamentais (ONGs) , universidades e governos locais. A quarta e fase final é discutir as estratégias com a Rede Latino-americana de Recicladores (RedLacre) e o MNCR para elaboração de um plano de formação em gênero no Brasil e América Latina”, ilustra.
A temática de gênero fortalece a ação das catadoras nas associações, cooperativas e comunidades. A discussão conectada com a participação da mulher propicia um olhar e intervenção de parceria entre homens e mulheres nas atividades cotidianas. Sônia comenta que “incorporar a dimensão de gênero tende a contribuir no aprofundamento da democracia interna das organizações e no estabelecimento de relações mais igualitárias.” Para ela, o assunto tem tudo haver com as bandeiras de luta do movimento social de catadores e catadoras. Este definido por Sônia como “o rompimento da invisibilidade da categoria”.
INFORMAÇÕES OFICINAS DE GÊNERO
Informações sobre o projeto podem ser obtidas pelos e-mails das pessoas de referência: [email protected] (Sonia Dias) ou [email protected] (Madalena Duarte)
Matéria produzida por Antônio Coquito, jornalista e assessor de comunicação do Insea
Colaboração: Sonia Dias
A dedicação e empenho dessas instituições, tornaram possíveis a produção e continuidade dos projetos desenvolvidos pelo INSEA.