março 6, 2013 | Nenhum Comentário |
Os aterros sanitários brasileiros possuem um potencial energético suficiente para gerar eletricidade a 1,5 milhão de pessoas. São 280 megawatts (MW) que podem ser produzidos a partir do aproveitamento do biogás, o metano obtido por meio da decomposição do lixo. A conclusão é do “Atlas Brasileiro de Emissões de GEE (gases de efeito estufa) e Potencial Energético na Destinação de Resíduos Sólidos”, um estudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), lançado nesta quinta-feira no Rio de Janeiro.
Mas para que esse potencial se transforme efetivamente em energia, ainda é necessário um investimento de quase R$ 1 bilhão, segundo o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho. A estimativa foi feita com base no custo de US$ 5 milhões (R$ 9,87 milhões) para instalação de uma planta média, com capacidade de geração de 3MW. “Um dos objetivos desse atlas é estimular que os negócios do setor sejam desenvolvidos. A ideia é incentivar tanto o investidor a implantar e operar a geração de energia, como também incentivar os órgãos de governo a estimular essa energia a partir do lixo, como foram estimuladas outras fontes de energia, como a eólica”.
O estudo, realizado com apoio da EPA (Environmental Protection Agency, a agência ambiental dos Estados Unidos) e da Global Methane Initiative, mostra o potencial de aproveitamento do lixo no Brasil, que em 2011 gerou 198 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia. São 62 milhões de toneladas ao ano, das quais 11% não chegam sequer a ser coletadas. E outros 41% (75 mil toneladas diárias) ainda têm destinação inadequada, indo parar em lixões ou aterros sem condições seguras de proteção ao meio ambiente.
A Abrelpe mapeou todos os 46 projetos brasileiros de redução de emissões de GEE com registro na ONU e constatou que 22 deles preveem o aproveitamento energético do biogás. Desse total, apenas dois aterros de São Paulo já produzem eletricidade: o São João, na zona leste da capital paulista, e o Bandeirantes, fechado em 2007, que chegou a receber metade de todo o lixo produzido na capital e possui 40 milhões de toneladas de lixo enterradas – o suficiente para fornecer energia elétrica para 300 mil pessoas.
Fonte: Folha de São Paulo
A dedicação e empenho dessas instituições, tornaram possíveis a produção e continuidade dos projetos desenvolvidos pelo INSEA.