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abril 29, 2014 Nenhum Comentário

UNIDOS PELA CONSCIÊNCIA SOCIOAMBIENTAL EM PASSOS

Os amigos Bruno e Saul contribuem com a coleta seletiva

A vida do técnico eletromecânico Saul Garrido Filho e a do biotecnológo Bruno Pereira Lemos poderiam ter caminhos diferentes.  Porém, foi na consciência socioambiental e na vontade de contribuir com a comunidade que seus destinos se encontraram.  No bairro Novo Mundo, na cidade de Passos, no sul de Minas – Bruno e Saul mobilizam a comunidade para a adesão à coleta seletiva. O trabalho de educação ambiental é uma iniciativa pioneira dos dois amigos.

Bruno tem a referência ambiental, quando estagiou na área de resíduos sólidos.   “ Em 2011, ganhei um prêmio pela fabricação de um protótipo de um biodigestor para reciclagem,” conta como elemento motivador para hoje estar empenhado na coleta seletiva em Passos.  Já Saul tem sua caminhada na contribuição ao desenvolvimento comunitário. “Sempre trabalhei em ações sociais. Ajudei a criar e fundamos organizações voltadas para a defesa do meio ambiente como combate às queimadas, educação para o descarte de lixos e a reciclagem”, relembra.

 

COMO TUDO COMEÇOU

Participando das reuniões do Fórum Lixo e Cidadania (FMLC) de Passos, os amigos Bruno e Saul decidiram dar os primeiros passos. “Resolvemos desenvolver um projeto piloto no bairro, uma vez que começar na cidade inteira é mais difícil”, conta Bruno.   Presidente da Associação de Moradores do Novo Mundo, Saul explica que um dos facilitadores para o início das atividades  foi  conhecer os dados dos moradores  e o mapa do bairro.

Tendo informações das experiências de sucesso em outras cidades, o desejo de fazer o trabalho no Novo Mundo aumentou ainda mais o ânimo de Bruno e Saul.  Nas reuniões do Fórum, “a motivação se ampliou também com o apoio técnico de Lutimar Rodrigues (Insea) e de grupos da sociedade local,” afirma Saul.  E para reforçar a intenção dos amigos Bruno e Saul,  a Central de Organização dos Catadores de Recicláveis do Sudoeste Mineiro (Cocares) de Passos  manifesta a vontade de fazer o plano da coleta seletiva.

 

A AÇÃO NO BAIRRO

A coleta seletiva do bairro Mundo Novo, em fase experimental, busca provocar os moradores para acolherem e assumirem no seu cotidiano as propostas da reciclagem de resíduos. “Queremos despertar os moradores para a qualidade de vida, proporcionada pela destinação correta do lixo úmido e seco e do saneamento básico”, argumenta Bruno.  O desafio da adesão tem que ser vencido gradativamente.  “Temos um divisor de ideias e culturas – alguns moradores acolhem a ideia de imediato, outros nem tanto”, queixa-se Saul.

Investir na consciência do cuidado com o planeta e na coleta seletiva deve ser uma ação de todo momento. Da experiência com os moradores, Saul esclarece a existência de problemas de ordem cultural e comportamental a serem vencidos. Alguns moradores entenderam e atendem de imediato o chamado para a adesão às causas ambientais. Porém, “existem aqueles que não acordaram diante do trabalho constante de conscientização para  os cuidados ambientais,” comenta.

O PAPEL DE TODOS

A política de resíduos é agenda dos gestores municipais.  Para tal, é preciso que prefeitos e gestores assumam a dianteira dos processos.   Bruno defende que a administração pública precisa ter uma participação mais ativa nesta temática. “A gestão das cidades devem tomar para si a responsabilidade de apoiar totalmente, uma vez que em muitos lugares ela promove a coleta do lixo sem critérios de recolhimento e descarte, “ ressalva.

A coleta seletiva e o correto destino dos materiais recicláveis é uma atividade para toda a cidade. Bruno e Saul defendem que a proposta deva estar em toda Passos.  “Tem que haver mobilização para conhecimento e aceitação da proposta”,  explica Saul.  Para ele, também, “é necessário montar equipes altamente técnicas, a fim de superar dificuldades que por ventura possam existir,” analisa.

Com o envolvimento de todos, ganha uma cidade melhor.  A integração e resposta às iniciativas de educação da sociedade deve envolver toda a população. Bruno e Saul sinalizam que o trabalho de conscientizar um a um deve ser uma ação permanente.  Eles acreditam que “o Fórum Lixo e Cidadania é o grande espaço para despertar e colocar em prática uma profunda consciência de que a coleta seletiva preserva o meio ambiente, gera vida melhor e propicia emprego e renda aos catadores”.

 

Matéria produzida por Antônio Coquito, jornalista e assessor de comunicação do INSEA

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