agosto 27, 2013 Nenhum Comentário

CATADORES DO AMAZONAS SE ARTICULAM PARA ORGANIZAÇÃO E RECONHECIMENTO

Além de fechar os lixões e dar um destino aos resíduos descartados sem causar danos ambientais, a lei 12.305 – que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos – também traz outro desafio à sociedade e aos gestores públicos: como incluir as pessoas que se dedicaram à catação de materiais recicláveis dentro dos lixões.Segundo levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), existem no Amazonas 4.994 catadores, dos quais 2.997 são homens e 1.997, mulheres. Contudo, esses dados são contestados pela categoria, que busca realizar um mapeamento dos trabalhadores e reivindicar políticas de inclusão.

Pouco se sabe sobre os catadores em nosso Estado. Não há estimativa de quantos são, ou quem são as pessoas que vivem da seleção de recicláveis, em meio às 3.905 toneladas de lixo diárias produzidas no Amazonas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Contudo, alguns profissionais articulam-se para organização e reconhecimento da categoria. A representante do Movimento Nacional dos Catadores no Estado do Amazonas, Irineide Lima, apontou a necessidade de construir um perfil desses trabalhadores para fortalecer a organização. Ela apontou que na capital já existem seis associações e três cooperativas. No interior, são três associações.
Para ela, uma das dificuldades em compor o perfil dos catadores é pelo fato de os próprios profissionais não se assumirem como tal. “Os catadores acabaram perdendo a identidade e estão desacreditados por conta de tantas promessas que não foram cumpridas, como a de que teriam apoio depois do fechamento do lixão, com galpão e assistência médica”, ressaltou.
Irineide trabalhou boa parte da vida com a separação de materiais no lixão da capital, no quilômetro 19 da rodovia AM-010 (Manaus-Itacoatiara), fechado em 2004. “Eu saí do lixão e vivo há 9 anos exclusivamente da renda da minha coleta. O meu bico é fazer costura, artesanato, mas a renda é exclusiva da coleta”, assegurou. Ela trabalhava no período noturno, junto com mais mil amigos. E estima que 80% dos catadores são mulheres. “De noite, apesar de ser mais perigoso, era mais tranquilo. De dia, entrava mais veículo. De madrugada ia para casa com tudo coletado. A gente às vezes armazenava a coleta no próprio lixão. Muitas vezes tocavam fogo, danificavam ou o trator enterrava o material, mas era risco que corríamos, o meio de sobrevivência que a gente tinha”, lembrou.
A vida na coleta seletiva foi apresentada desde muito cedo pelo pai, José Chaves. “Sou catadora, mas não por falta de opção de trabalho. Não posso esquecer a minha origem. Minha família toda era do lixão. Amanhã (sexta-feira 23) faz um mês que meu pai morreu, e tudo que buscou durante 20 e poucos anos de catação não conseguiu ver. Não conseguiu ver a estrutura que prometeram, as coisas acontecendo. Para mim é questão de honra”, disse.
Fonte:  Amazonas em Tempo

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